O estudo do Direito é dedicado à tentativa de elaborar e compreender princípios de conduta geralmente abstratos e à busca de caminhos que levem tais princípios à sua materialização, na forma de leis, doutrina e jurisprudência. Também há uma impressão por parte do leigo de que este estudo tem como referência um mundo idealizado, o que levaria os estudiosos do Direito à tentação de determinar formas de aplicação dos mencionados princípios, que, de acordo com suas próprias opiniões, seriam as mais corretas e que melhor atenderiam aos anseios da sociedade. Todavia, não desmerecendo tal metodologia, não é difícil perceber que a simples análise dos significados das leis acaba resultando em um conjunto de ideias e teses que, na maioria das vezes, constitui uma barreira que restringe a compreensão por grande parte da sociedade a respeito de como o Direito efetivamente se manifesta na sociedade e qual a sua relação com os problemas concretos das pessoas. A preocupação com estes aspectos não surgiu nos tempos atuais. Em meados do século XX,a dificuldade de compreensão por parte do público em geral a respeito das interpretações do Direito já era apontada por Loevinger (1949), que apontou a transformação da Lei em um mistério incompreensível ao grande público como uma das grandes anomalias do seu tempo. A principal ferramenta de apoio a esta abordagem é a Estatística, ciência que se dedica à coleta, análise, interpretação de dados e tomada de decisões, entre outros objetivos. A aplicação da Estatística ao Direito, embora não muito difundida no Brasil, já era considerada por pensadores no final do século XIX. Por exemplo, Holmes Jr. (1897) alertava que o homem das letras poderia ser o mais indicado para o estudo da Lei no final do século XIX. O estudioso do futuro, porém, deveria ser o homem das estatísticas e o mestre em Economia. O uso de métodos estatísticos para o estudo do Direito deu origem a uma disciplina denominada cda, que tem como principal objetivo a sumarização e a compreensão de processos jurídicos através da aplicação de modelos estatísticos. Neste sentido, a abrangência da cda é tão vasta como a abrangência da própria Estatística.